Malvaceae

Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr.

LC

EOO:

467.261,139 Km2

AOO:

176,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Carvalho-Sobrinho, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Jussari e Una —, no estado do Espírito Santo — nos municípios Iúna, Santa Teresa e Vitória —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Alto Caparaó, Catas Altas, Coronel Pacheco e Marliéria —, no estado do Paraná — nos municípios Antonina, Cerro Azul, Guaraqueçaba, Guaratuba, Morretes e Paranaguá —, no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Guapimirim, Italva, Itatiaia, Miracema, Nova Friburgo, Petrópolis, Rio de Janeiro e Santa Maria Madalena —, no estado de Santa Catarina — nos municípios Brusque, Florianópolis, Itajaí, Luiz Alves, Rio do Sul e São Francisco do Sul —, e no estado de São Paulo — nos municípios Cananéia, Eldorado, Ibiúna, Miracatu, Nova Odessa e Pariquera-Açu.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2021
Avaliador: Monira Bicalho
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Spirotheca rivieri é uma árvore com até 25 m de altura (Parrini et al., 2017), endêmica do Brasil (Carvalho-Sobrinho, 2020). Popularmente conhecida por mata-pau na Bahia e mata-pau-de-espinho (Carvalho-Sobrinho, 2020, Carlos Daniel Miranda Ferreira com. pess. 2021), foi coletada em Floresta Estacional Semidecidual e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associadas à Mata Atlântica, em diversos estados do Brasil. Apresenta distribuição ampla, EOO=403854 km², mais de 10 situações de ameaças e constante presença em herbários, inclusive com coletas recentes, e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral. Os valores de EOO e o número de situações de ameaça, extrapolam os limiares para a inclusão da espécie em uma categoria de ameaça. Adicionalmente, não existem dados de declínios populacionais para aplicação de outros critérios. Assim, Spirotheca rivieri foi considerada como de Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.

Possivelmente extinta? Não
Histórico:
Ano da valiação Categoria
2012 LC

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 6: 162, 1914. É afim de Spirotheca elegans, mas difere pelas flores maiores, com pétalas inteiramente vermelhas; além disso, diferencia-se pelo hábito estrangulador e pela ocorrência em florestas ombrófilas. Popularmente conhecida como mata-pau na Bahia e mata-pau-de-espinho (Carvalho-Sobrinho, 2020, Carlos Daniel Miranda Ferreira com. pess. 2021).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Em 5 ha de Floresta Ombrófila Densa, na Reserva Natural da Guaricica, Paraná, foram registrados 6 indivíduos de Spirotheca rivieri (Martins, 2017). Em 0,1 ha de um trecho de Floresta Ombrófila Montana na Serra do Valentim, Iúna, Espírito Santo, foi registrado 1 indivíduo de S. rivieri (Zorzanelli, 2012). Em 0,75 ha na região da Serra Negra, Rio Preto, Minas Gerais, foram registrados 17 indivíduos de S. rivieri (Valente et al., 2011).
Referências:
  1. Martins, B.R., 2017. Diversidade beta de interações: o que a relação entre beija-flores e plantas tem a dizer. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal do Paraná - Curitiba.
  2. Valente, A.S.M., Garcia, P.O., Salimena, F.R.G., Oliveira-Filho, A.T. de, 2011. Composição, estrutura e similaridade florística da Floresta Atlântica, na Serra Negra, Rio Preto - MG. Rodriguésia 62, 321–340. https://doi.org/10.1590/2175-7860201162209
  3. Zorzanelli, J.P.F., 2012. Florística e estrutura de um fragmento de Floresta Ombrófila Montana na Serra do Valentim, Iúna, Espírito Santo. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Agrárias.

Ecologia:

Substrato: hemiepiphytes
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvore com até 25 m de altura (Parrini et al., 2017). Ocorre na Mata Atlântica, em Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) (Carvalho-Sobrinho, 2020).
Referências:
  1. Carvalho-Sobrinho, J.G., 2020. Spirotheca. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB114719 (acesso em 08 de setembro de 2021)
  2. Parrini, R., Pardo, C.S., Pacheco, J.F., 2017. Conhecendo as plantas cujos frutos e recursos florais são consumidos pelas aves na Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Atualidades Ornitológicas 199, 38–136.

Reprodução:

Detalhes: Spirotheca rivieri utiliza o néctar como recurso para as espécies de aves que a polinizam: beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis), tiriba-de-testa-vermelha (Pyrrhura frontalis), periquito-rico (Brotogeris tirica), cambacica (Coereba flaveola), sanhaçu-de-encontro-amarelo (Tangara ornata), saíra-amarela (Tangara cayana), saí-de-pernas-pretas (Dacnis nigripes), saí-azul (Dacnis cayana) e gaturamo-bandeira (Chlorophonia cyanea). Também se alimentam das flores de Spirotheca rivieri uma preguiça (Bradypus variegatus) (Parrini et al., 2017).
Síndrome de polinização: ornitophily
Referências:
  1. Parrini, R., Pardo, C.S., Pacheco, J.F., 2017. Conhecendo as plantas cujos frutos e recursos florais são consumidos pelas aves na Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Atualidades Ornitológicas 199, 38–136.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente-SEA: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Campinas - 18 (SP), Território PAT Paraná-São Paulo - 19 (PR), Território Vale do Paraíba - 30 (RJ), Território Rio de Janeiro - 32 (RJ), Território PAT Capixaba-Gerais - 33 (ES), Território Itororó - 35 (BA), Território PAT Espinhaço Mineiro - 10 (MG).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Macacu, Área de Proteção Ambiental da Pedra Branca, Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguapé-Peruíbe, Área de Proteção Ambiental de Guaraqueçaba, Área de Proteção Ambiental de Macaé de Cima, Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Área de Proteção Ambiental Estadual de Guaratuba, Área de Proteção Ambiental Serra do Mar, Área de Proteção Ambiental Sul-Rmbh, Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual do Desengano, Parque Estadual do Jurupará, Parque Estadual do Rio Doce, Parque Nacional da Tijuca, Parque Nacional de Caparaó, Parque Nacional do Itatiaia, Parque Natural Municipal Vale do Mulembá, Refúgio de Vida Silvestre da Serra da Estrela e Reserva Biológica Augusto Ruschi.

Ações de conservação (4):

Uso Proveniência Recurso
2. Food - animal natural flower
Diversas espécies de pássaros, como beija-flor-de-fronte-violeta (Thalurania glaucopis), tiriba-de-testa-vermelha (Pyrrhura frontalis), periquito-rico (Brotogeris tirica), cambacica (Coereba flaveola), sanhaçu-de-encontro-amarelo (Tangara ornata), saíra-amarela (Tangara cayana), saí-de-pernas-pretas (Dacnis nigripes), saí-azul (Dacnis cayana) e gaturamo-bandeira (Chlorophonia cyanea), utilizam as flores (néctar) como recurso alimentar (Martins, 2017, Parrini e Pacheco, 2014, Parrini et al., 2017, Rocca e Sazima, 2010, Valente et al.,2011). Uma preguiça (Bradypus variegatus) também foi registrada se alimentando das flores de Spirotheca rivieri (Parrini et al., 2017).
Referências:
  1. Martins, B.R., 2017. Diversidade beta de interações: o que a relação entre beija-flores e plantas tem a dizer. Monografia (Bacharelado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal do Paraná - Curitiba.
  2. Parrini, R., Pacheco, J.F., 2014. Contribuição ao conhecimento das dietas fitófagas dos dois sanhaçus (Thraupis cyanoptera e Thraupis ornata) endêmicos da Mata Atlântica. Atualidades Ornitológicas 177, 40–45.
  3. Parrini, R., Pardo, C.S., Pacheco, J.F., 2017. Conhecendo as plantas cujos frutos e recursos florais são consumidos pelas aves na Mata Atlântica do Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Atualidades Ornitológicas 199, 38–136.
  4. Rocca, M.A., Sazima, M., 2010. Muito além das flores para beija-flores: O outro lado da ornitofilia nos neotrópicos. Oecologia Aust. 14, 67–99. https://doi.org/10.4257/oeco.2010.1401.03
  5. Valente, A.S.M., Garcia, P.O., Salimena, F.R.G., Oliveira-Filho, A.T. de, 2011. Composição, estrutura e similaridade florística da Floresta Atlântica, na Serra Negra, Rio Preto - MG. Rodriguésia 62, 321–340. https://doi.org/10.1590/2175-7860201162209
Uso Proveniência Recurso
8. Fibre natural stalk
A árvore às vezes é colhida na natureza para uso local de sua fibra, obtida da casca e usada para amarrar (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Spirotheca+rivieri (acesso em 08 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
10. Wearing apparel, accessories natural stalk
A árvore às vezes é colhida na natureza para uso local de sua madeira, que só é usada para itens de baixo valor, como forros, caixas, brinquedos (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Spirotheca+rivieri (acesso em 08 de outubro de 2021).
Uso Proveniência Recurso
13. Pets/display animals, horticulture natural whole plant
É extremamente ornamental quando em flor e certamente digno de cultivo (Tropical Plants Database, 2021).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2021. Spirotheca rivieri (Decne.) Ulbr. Ken Fern. tropical.theferns.info. URL tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Spirotheca+rivieri (acesso em 08 de outubro de 2021).